O RECANTO DAS LETRAS, ORGULHOSAMENTE, APRESENTA:
Meu pai,
em tua bondade, o Senhor realizaste até mesmo as preces que eu não disse, e atendeste os desejos que eu nem sabia que tinha.
Se existe internet no local sagrado de onde o Senhor nos observa, eu escreveria aqui: #gratidão.
Mesmo quando eu estava fazendo a vontade do seu maior inimigo — cujo egostismo e petulância tentaram se comparar, em grandiosidade, a Ti, Senhor — e eu cheirava o osso dele pelo nariz, o Senhor sondou, sob a camada espessa de maldade, o petróleo de bondade que habita em meu coração.
Peço que remova tudo: faça a mineração do meu corpo e alma, para que nele só habite a luz do Senhor, do que há de melhor — pura bondade.
Mas em tua sabedoria revelaste e criaste o mal.
Permitiu que teu inimigo reinasse sobre ele.
E o mal só existe porque há o bem — senão tudo seria estático.
Duas forças opostas que se contrapõem compõem o mundo: ativa e reativa, impulso de vida e de morte, criação e destruição.
Então, não elimine todo o mal em mim, mas faz com que sempre prepondere o bem, para que eu seja tua imagem e semelhança.
Que eu seja criador como Tu, e siga o mais importante dos mandamentos, ensinado por nosso irmão — teu filho — Jesus, que deu a vida justamente para que esse nosso lado não se contraponha ao todo.
Para nos salvar.
Se já é o paraíso aí onde o Senhor está, eu não sei — assim como não sei, e é difícil imaginar, que no paraíso não haja internet.
Porém, faz com que eu encontre o meu paraíso aqui na Terra.
E… ah, uma mulher também não seria nada mal.
Amém