Quando falo em processo, não estou me referindo ao livro de Kafka — porque esse é simplesmente brilhante. Estou me referindo ao processo que, muitas vezes, é falado no contexto do esporte: “trust the process”.
Essa expressão significa confiar no planejamento das franquias, acreditar que mesmo que os resultados não apareçam de imediato, o esforço dará frutos no futuro. Trata-se de plantar com fé no invisível, mesmo quando tudo ao redor parece estéril.
É como na sabedoria de Eclesiastes: há tempo para tudo nesta terra — tempo de semear e tempo de colher. E semear exige trabalho, constância, hábito, suor, sangue e lágrimas, para usar as palavras de Winston Churchill.
Em outras palavras, é doloroso, feio e, muitas vezes, incompreensível.
Eu tenho uma capacidade — ou talvez uma disfunção — de que, quando coloco uma coisa na cabeça, foco 100%.
Por exemplo: quando me dediquei a estudar as filmografias completas de diretores renomados, ler as grandes obras da literatura, estudar filosofia, sociologia, etc., fiz tudo com método e dedicação.
Porém, como diz Nietzsche, é a fase do camelo e da solidão: você vive numa bolha, envolto em pensamentos e obras, estudos, e quem olha de fora não compreende muito bem. Esta sociedade exige uma tarefa útil para o mercado capitalista. As pessoas são interpeladas pelo código social vigente a responder quem são, e pega mal dizer que não é nada. Dizem que o ócio é oficina do diabo, que cabeça vazia atrai pensamentos ruins.
Mas, no meu caso, era um ócio criativo — de Domênico De Masi. Eu usava meu tempo para estudar, me aprimorar, mesmo com os olhares acusadores de quem não entendia e achava que eu era um desocupado.
É claro que no processo há uma potência interna agindo, um desejo de expansão. Na linguagem da psicanálise, Freud chamaria de pulsão de vida e pulsão de morte: duas forças contrárias, uma que busca preservar a vida, outra que busca a extinção. Ambas coexistem em nosso corpo num sistema dialético.
No meu caso, pode-se dizer que o vício foi uma fase em que a pulsão de morte dominava meu corpo. Porém, a pulsão de vida ainda resistia — mesmo em meio à adicção, eu estudava, perseverava, queria sempre mais. Mas houve um momento em que a pulsão de morte se tornou predominante, e minha vida estagnou num “dia da marmota”. Eu não aprendia mais nada — apenas subsistia.
No entanto, soube transformar a dor em força, em criação, em vontade.
Hoje, no meu corpo, o instinto da pulsão de vida é predominante. Estou sóbrio, lúcido — e isso afeta minhas ações e pensamentos.
Estou cuidando do corpo pela sabedoria herdada de Nietzsche, que dizia: o corpo é o repositório do pensamento. Um corpo saudável produz pensamentos saudáveis. Uma rotina equilibrada melhora nossa energia vital.
Irei fazer uma série de textos sobre a séria adolescência, um detonado destrinchando todos os aspectos técnicos e filosóficos, de forma e conteúdo. Aqui, eu dou apenas um aperitivo.
Por exemplo: Jamie, quando foi internado, começou a se dedicar ao corpo. Até sua mãe brinca que ele seria fisiculturista. Pode-se interpretar isso como o impulso de vida nele, que mesmo num lugar inóspito queria se expandir.
O ressentimento, porém, é voltado ao instinto de morte. Foi o que o levou a extinguir uma vida inocente na raiva. Se, ao invés de eliminar seu alvo, o instinto de vida estivesse potente, ele teria treinado antes — ele, que se achava feio, poderia ter buscado se tornar mais atraente, e não ser mais um incel.
O fato de o homem se ressentir e procurar coletivos de rebanho que preconizam o ódio à vida — como os redpill e os incels — é um demonstrativo claro do instinto de morte.
Ao contrário, o instinto de vida é sempre criador, voltado para si — não para o outro. Ele é individual e singular. Nunca é coletivo. O instinto de vida cria tendências — não segue padrão.
Ora, se ele era feio, ele era mais fraco do que o próprio feio. Se fosse forte, instigante, como ele se achava, transformaria isso em força de vontade. Como ele gosta de desenho, usaria isso para criar algo, se aprimorar, estudar, ficar mais forte, mais belo, mais intenso.
Agora que me dedico ao corpo, é hora de semear. E o processo não é bonito de ver — pode até se confundir com vagabundagem. Pode soar incompreensível.
Requer muita dedicação e esforço ter um shape bonito. Mas o feedback da autoestima na autoavaliação é o que dá ânimo. Escutar da professora que estou “fortinho” — ora, “fortinho” é quase um elogio. Mas bem que não ligo em estar forte, e sim definido, saudável, atlético.
E eu começo pelo abdômen — ele sustenta tudo.
Hoje eu tenho plena confiança de que vai dar certo. Agradeço pelo meu metabolismo e genética: por ser esguio, esbelto e atlético. E, principalmente, por ser inteligente e interessado. E ter bom gosto.
Já sei selecionar e avaliar conteúdo bom do que não me convém — em inglês e português.
Estou usando a tecnologia a meu favor: o ChatGPT e agora a realidade virtual. E digo: o melhor uso que vi para a realidade virtual é treinar — e deveria ser adotado por todas as academias.
Gasto muito mais calorias treinando em VR do que em HIITs do YouTube ou na esteira. É uma pena que a tecnologia de VR de qualidade ainda seja tão cara e pouco acessível à maioria dos brasileiros.
Tenho um óculos da Meta, do Facebook, que foi caríssimo. Na época, comprei só para jogar jogos em realidade virtual — valeram muito a pena. Mas estava encostado. Agora voltei a usar para treinar.
Os aplicativos são caros e custam em dólares, mas graças à minha inteligência, consigo baixar de graça. Um desses é o Les Mills — treino de luta, ritmo e cardio. Ele trabalha o corpo inteiro, com treinos curtos e longos, de baixa a alta intensidade. Você precisa desferir golpes como jabs, diretos, upper cuts, desviar de alvos, agachar, tudo com intensidade.
Postei um Reels nesse meu Instagram fantasma — que não sigo ninguém e não posto nada. Apenas sigo uma grande amiga, como um gesto afetivo e simbólico de como ela é importante pra mim.
Agora, passarei a postar vídeos lá, só para compartilhar com vocês de acordo com meus textos. A seguir, compartilho os links. Voltem aqui mais tarde, que vou passar um link da visão da minha câmera enquanto treino — para vocês terem uma ideia da intensidade.
https://www.instagram.com/reel/DIbi0BLR5xF/?igsh=MWRmZXNlcWp4b3JiNg==
Posteriormente, vou compartilhar minhas gameplays de jogos em VR e minhas fotos de treino — mas, claro, tudo no contexto de textos. Porque a escrita e as palavras têm primazia sobre imagens e vídeos.
Não Tem Como Dar Errado
E não tem como o processo dar errado.
Com o uso da tecnologia, técnica, dieta, cosméticos, detox, rotina, consistência, força de vontade, sono e recuperação — é só questão de tempo.
Há coisas que valem o investimento — e eu não economizo: tecnologia, imóveis, chuveiro, colchão, comida, etc. É óbvio, porque boa parte da sua vida é destinada a essas coisas, e você tem que ter o melhor para facilitar a sua vida.
Por Hoje é Só… Mas Voltem!
Vou ficando por aqui. Voltem mais tarde — atualizarei com novos Reels.