Como Primo Levi, que se indagou sobre si mesmo, sua marginalidade, sua aparência, o que o nazismo fez com ele — “É isto o homem?” —, eu também me pergunto: diante das imagens que compartilho abaixo, é isto um corpo bonito?
Afora o fato de não ser natural, ainda mais considerando que a página da Growth vende produtos “naturais”, e os corpos que estampam suas propagandas são todos anabolizados, cheios de massa… um corpo desses não é nem esteticamente bonito nem saudável. A urina deles deve ser pura química, provavelmente sair até em cor neon de tanta radioatividade metabolizada.
Nem sexualmente, esses corpos devem oferecer satisfação. Primeiro, porque são duros demais, sem mobilidade alguma — o oposto do que se espera no toque, na dança do encontro. Segundo, pela atrofia do pau, que encolhe com o acúmulo de anabolizantes, exercícios e desequilíbrio hormonal.
E de que adianta ter músculo e força, mas não ter o músculo mais potente do corpo masculino — o pau?
É contraditório. Basta comparar um corpo anabolizado com a hipertrofia atlética de Odell Beckham Jr., jogador da NFL. A diferença é gritante.
Não dá pra comparar, né? O corpo de Odell é esteticamente proporcional, definido, natural, sem comprometer o que é essencial — certamente o tamanho dos músculos do baixo ventre também é preservado.
Sem contar essa cor bronzeada natural marrom bombom, que elas adoram.
Essa é a diferença entre um atleta e um fisiculturista de freak show.
E lembro que eu disse que, em breve, meu bom gosto iria me permitir filtrar quem são os bons influenciadores do fitness, os canais sérios e os que devem ser descartados. Pois bem, esse momento chegou. Já adquiri esse conhecimento.
Sei com clareza quem vale a pena seguir, quem tem conhecimento genuíno e quem só vive de enganar os outros com fórmulas mágicas e corpo inflado.
Um exemplo: o tal Laércio (se não me engano o nome), e aquele Cariani, aquele da cocaína que foi preso. Eles não têm compromisso com saúde, só com aparência de monstro.
Diferente de um médico do esporte, como Paulo Muzy. Apesar de eu não gostar do corpo anabolizado dele, ao menos ele tem formação científica e compromisso com a saúde.
O Laércio chegou a dizer que o segredo do abdômen definido é tensionar e flexionar — se não, ele cresce. Isso é parcialmente verdadeiro, na minha opinião. Mas ele tenta vender uma fórmula fácil só com treino físico. Quando na verdade, o que reduz o abdômen é alimentação saudável, déficit calórico, exercícios HIIT, cardio e fortalecimento do core.
Estou na metade do terceiro episódio de “Adolescência”, que irei escrever assim que concluir — talvez hoje à noite.
Mas vejam o caso do policial negro que é forte, mas pancudo. Se minhas inimigas já dizem que eu sou pançudo, imagina ele!
É o exemplo típico de quem quer ganhar massa antes de perder a gordura abdominal. Abdominais, quando feitos sem queima de gordura, só endurecem o que já está lá — e às vezes, aumentam até a aparência da barriga, como é o caso dele.
O correto é primeiro definir o abdômen, queimando gordura e reduzindo o índice de gordura corporal para abaixo de 10%, mesmo que isso signifique perda de massa. Depois disso, sim, vem a fase de ganhar músculos. Mas, para não ficar com aparência de doente ou muito magro nesse processo, o ideal é fazer HIIT — que trabalha a musculatura das pernas enquanto queima calorias — e calistenia, que são exercícios que utilizam o peso do próprio corpo.
Calistenia, aliás, é uma palavra de origem grega: kallos (beleza) + sthenos (força). É o equilíbrio entre forma e função.
Eu sou o completo oposto da protagonista Jamie, que diz não ser atlética nem boa em esportes ou educação física.
Por isso me incomodou quando minhas inimigas insinuaram que eu era pançudo e desengonçado. Ora, isso é uma mentira. Eu sou esbelto, atlético e desenvolto. Essa é uma crítica tão infundada quanto dizer que sou burro.
Eu me movo com naturalidade e elegância. Sou ágil e rápido. Fui do time de handebol que ganhou medalha de ouro no colégio, levantador no vôlei, armador no basquete, camisa 7 e destaque no futebol. Se o futebol americano fosse popular no Brasil, como sei lançar a bola em espiral e domino tecnicamente as regras, seria quarterback. Ou então, pela minha envergadura e agilidade, wide receiver — como Odell. Eu estou sempre em movimento, como o rio de Heraclito, nunca estou parado. Essa é minha ética.
O que eu busco é o corpo atlético, com resistência e saúde. Não quero ser uma atração circense de freak show.