Ontem, ao passar no consultório especializado em narcóticos da USP e ser atendido pelo brilhante e diligente psiquiatra Ivan—jovem, bonito e talentoso—, cheguei trajando abaixo, e ele já me elogiou pela elegância.
Elogiou também minha recuperação, minha consistência e disciplina. Ao que eu redargui: “Não é disciplina. Disciplina é a exteriorização de regras institucionais de correção. No meu caso, trata-se de uma força de vontade que vem de dentro, interna.
Ele ficou impressionado e admirado. Conversamos sobre dietas que prolongam a vida, sobre filmes—foi uma verdadeira troca de conhecimentos e experiências. Não uma relação de poder entre psiquiatra e paciente, como diria Foucault, mas um diálogo intelectual devido ao meu repertório.
Ele ficou tão interessado que pesquisou o site Recanto das Letras, que desconhecia. Disse que eu escrevia lá, viu meu pseudônimo e afirmou que iria ler. Parabenizou-me mais uma vez.
Para mim, a escrita é exatamente isso: uma terapia. E ainda me economiza dinheiro com médicos da mente.
Eu me concentro na minha produção, sempre em mim mesmo e no que posso controlar, não em fatores externos, como ensina o estoicismo. Minha energia está na criação, na aquisição de conteúdo, no cuidado da mente e do corpo.
Se entro em conflito, não é um problema—minha natureza e criatividade crescem sob pressão. Desde criança, quando me vaiavam, eu jogava futebol melhor. É nesse instante que eu cresço.
Mas não desejo eliminar meu adversário. Quero, sim, mostrar minha superioridade pelo poder da minha obra e imagem. Brilhar pela distinção e pelo contraste, não pelo ódio ou ressentimento.
Sou um Napoleão, um César, um Alexandre, mas, em vez da guerra, promovo a criação. E o conflito me inspira. Serve para satirizar e ridicularizar meus adversários—não pela baixaria, mas pela ironia, pelo humor e pela finesse.
Por isso, é de uma violência simbólica e objetiva o ressentimento do usuário descamisado que desejava que os administradores me banissem do site e me declarasse persona non grata.
Ignorou minha vasta produção cultural e minha contribuição real às letras—diferente dele, que usa o site para se masturbar com garotas mais jovens.
Meu erro? Nenhum. Minha vantagem? Usar a escrita como terapia.
O grande erro dos meus adversários é tentar me confrontar aqui, no meu habitat natural. Sou uma figura de linguagem, não comecei a escrever ontem. Desde os 13 anos, tenho blog, escrevo na internet, no Twitter—perfis que já tiveram mais de 100 mil seguidores de humor.
Me enfrentar aqui é como enfrentar Hades no submundo ou Netuno na água. Aqui, sou um peixe no mar aberto, à vontade. Se o duelo fosse no ringue, talvez tivessem chance. Mas aqui, chama-se Recanto das Letras. Este é o meu território, a minha casa. E, na linguagem escrita, não tem para ninguém.
Tenho o defeito (ou a virtude) da sinceridade. Não cresço pela bajulação ou adulação, mas por mérito próprio, pela força da minha criatividade.
Se gosto, gosto de verdade. Elogio e enalteço. Se não gosto e acho fraco, deixo claro—para não haver confusões.
Não faço propaganda entregando panfletos em mãos, mendigando comentários banais para autopromoção. Eu jogo meus panfletos do alto, de avião.
Comento três ou quatro textos por dia e escrevo mais textos do que comentários. Enquanto isso, tem gente que tem mais comentários do que leituras gerais.
Criei o Podcast do Recanto PodLetras. No último episódio, falei sobre o Caso Vitória sob a ótica da filosofia, dialogando com Nietzsche e Platão, e traçando paralelos com Dostoiévski—tudo isso em menos de 19 minutos.
Enquanto lava a louça, você pode se informar, aprender mais e ainda ouvir minha linda voz.
https://www.recantodasletras.com.br/audios/mensagens/116184
Se ainda não escutou, clique no link acima ou abaixo. Não deixe de perder.
PODCAST: Recanto das Letras - EP. 4: “CASO VITÓRIA”
Dá trabalho editar isso aí, viu? Mais do que escrever. Me prestigiem acessando e escutando o áudio, mamíferos.