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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos

Se até entre nós, RECANTISTAS, falta LEITURA, imagine no resto do BRASIL.

 

Literatura é tão importante que, segundo pensadores, os livros deveriam vir na cesta básica. Um povo pobre de letras é um povo pobre de espírito! A matéria que usamos para pensar é constituída de linguagem; pensamento é linguagem. Como produziremos um bom pensamento se carecemos de letras e vocabulário? A leitura expande nossos conhecimentos, o repertório cultural, nosso horizonte. Visitamos lugares que nunca fomos, nos apropriamos de histórias que nunca vivemos, como se fossem nossas. Quem não lê vive uma vida só, e quem lê vive inúmeras vidas.

 

Mas percebo que o nobre hábito de ler está cada vez mais raro, e me surpreende que até entre colegas recantistas, que revelam que não gostam de ler, mas curiosamente gostam de escrever e bem, o que é um fato digno de nota, haja esse distanciamento da leitura. No entanto, não é a maioria. Alguns, com sua escrita sem força, sem conteúdo e técnica, acusam sua falta de familiaridade com a língua portuguesa e a falta de hábito de leitura, cometendo erros básicos que quem lê não comete, intuitivamente, como a inferência de pontuação, a separação correta do sujeito e do verbo, do verbo e de seus complementos, a pontuação com vírgulas, o uso correto do vocativo. São coisas básicas que nem precisa saber a regra formal, mas, pelo hábito de ler, você aprende a não cometer esses erros empiricamente. No entanto, falta.

 

Olho para intelectuais do Recanto, como o é de já conhecido days Vasconcelos, que afirma dominar vários idiomas, um currículo invejável comparado ao de Michelangelo, e ainda assim comete esses erros. Então, o que esperar dos demais? E se aqui, em uma rede destinada à literatura, as pessoas não gostam de ler, o que dizer do resto do povo brasileiro?

 

Sem querer adotar uma postura de “professor de Deus”, analisando claramente o texto de colegas, você nota que falta muita coisa. Falta um olhar mais holístico sobre o conhecimento, algo coerente, profundo, abrangente. Falta a visão de águia, que captura a presa. Falta conhecimento mais amplo e noção histórica sobre Filosofia, Sociologia, para dar força ao pensamento, embasamento nos principais movimentos literários e artísticos de cada época, conhecimento sobre cinema, por que não? Para estabelecer uma interconexão interessante com música, cultura pop, crônicas, poesias, para enriquecer o texto.

 

Alguns textos, sinceramente, graças a Deus, não são em papel, porque só iriam desgastar a folha e uma árvore em vão. Caberiam talvez melhor no Twitter ou no Facebook, mas talvez vieram para cá por constrangimentos e reclamações, igual o vizinho barulhento que é expulso do prédio pelo síndico e moradores e vai para outro, mais específico. Se, no imediatismo, as pessoas acusam um texto meu, de uns 4 minutos de leitura, de ser longo, imagina ler um livro de 700 páginas, como Guerra e Paz, Anna Karenina, A Comédia Humana, Em Busca do Tempo Perdido. Aí fica difícil. Se entre nós, recantistas, está assim, o que dizer de pessoas que se consideram de “letras”? E qual esperança resta para a população? Se restringem a ler memes e frases do Instagram, repletas de erros de português?

 

Muito desesperançoso esse cenário.

 

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 08/03/2025
Alterado em 08/03/2025
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