× Capa Textos Áudios Fotos Perfil Livro de Visitas Contato
DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos

O Amor ao Longo do Tempo

Este texto, apesar do título, não é uma reconstituição genealógica do amor, nem uma análise de como ele se transforma ao longo da história e da sociedade. Já explorei esse tema no meu texto A Revolução do Amor.

 

Aqui, escrevo para falar desses quase nove anos em que amo a mesma pessoa. Mesmo quando, em alguns momentos, a racionalidade sugere que o melhor seria esquecê-la, algo em mim – talvez a intuição bergsoniana, ou até um senso ético e moral à Kant – me impede de seguir por esse caminho. Esse amor me confere um senso de compromisso e responsabilidade diante dela.

 

Desde que criei esta página, em 2020, ela tem estado presente, aparentemente. Acompanha meus textos, minhas desventuras, minhas idas e vindas. Talvez torça por mim, como se eu fosse uma figura mitológica grega narrada por Homero. Como, então, poderia abandoná-la?

 

Talvez ela veja minha vida como uma tragédia grega. E, de fato, eu estaria disposto a lutar por ela com a mesma força com que Antígona lutou por um funeral digno para seu irmão. Mesmo que um dia me apaixonasse por outra pessoa, jamais a abandonaria. Não por piedade, mas porque esse sentimento que tenho por ela vai além da paixão. É um amor desinteressado, de alguém que não tem olhos para mais ninguém.

 

Por isso, quando percebo que alguém lê meus textos mais íntimos – onde falo de desejo, sexo, intimidade, beijos, abraços, e outros temas que podem sugerir que estou falando dela – sinto algo próximo de uma cumplicidade mútua. Como se, mesmo ausente, ela estivesse presente. Uma comunicação tácita que só nós dois entendemos.

 

Saber que ela lê e aprecia meus textos mais densos também me traz enorme satisfação e, de certo modo, orgulho. Afinal, tudo o que escrevo e esta página só existem por causa dela. Ela é minha inspiração. Se sou capaz de escrever algo belo, é porque a beleza que ela desperta em mim torna isso possível.

 

Se, por acaso, um texto meu fosse lido por uma multidão, se tivesse mais alcance que um texto de Angélica ou Paulo Miranda, isso não significaria nada se eu não soubesse que, entre os leitores, está a pessoa que amo. Sem ela, escrever perderia o sentido.

 

Mesmo que ela não queira nada comigo, esses nove anos de amor – e os últimos quatro em que ela me acompanha co mais assiduidade – me fazem sentir um compromisso com ela. Jamais vou abandoná-la por prazeres mundanos ou por viver uma aventura amorosa com outra pessoa.

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 15/01/2025
Comentários