Não tenho certeza se já usei este título antes ou se já abordei este tema. Se sim, aqui estou me repetindo.
“Tornar-se aquilo que é” foi Nietzsche quem disse isso.
Mas é natural nos questionarmos no meio do processo de sermos quem somos.
Frequentemente me pergunto qual foi o valor de todos os livros que já li, dos filmes que assisti, das poesias que sei recitar de cor, das filosofias, ideias e conceitos que conheço. Em vez de me aproximarem das pessoas, tenho a impressão de que me trouxeram mais solidão. No meu convívio social, raramente tenho a oportunidade de discutir essas coisas. Ninguém quer saber o que eu acho de Ulysses de James Joyce. Sou um lobo da estepe, à la Hermann Hesse. Ou talvez um desassossego, como Bernardo Soares, de Fernando Pessoa.
As pessoas olham para mim e, pela minha aparência, é comum inferirem que sou professor ou alguém “culto”. Mas, na verdade, nem sabem o que isso significa.
Se soubessem, minha psicóloga não teria me indicado o filme do Venom porque gosto de cinema.
Acredito que “tornar-se aquilo que é” trata das coisas que amamos e de como elas acabam se tornando parte de nós. Não se trata de agradar aos outros ou de buscar aplausos.
No final, você descobre as coisas que ama — e, de certa forma, elas também te descobrem.
“O que eu gosto não é de graça,
O que eu gosto não é farsa.”
Cansei de Ser Sexy – Music Is My Hot Hot Sex
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